TARDE/NOITE DE BOM TOUREIO

Levaram por diante as gentes do Ramo Grande, através da União Tauromáquica, um
espetáculo, no dia 18 de julho, que agradou e deixou muito bom ambiente na
Monumental Ilha Terceira. Frente a toiros de João Gaspar para cavalo, Rego Botelho
e José Albino Fernandes a pé, evoluíram os cavaleiros Moura Caetano, João Salgueiro
da Costa e matador de toiros Ismael Martin em Muito bom nível.
A cavalo o destaque vai para João Salgueiro da Costa, que referendou o bom
momento que evidenciou há 15 dias na Corrida de Toiros da Semana Cultural em S.
Jorge. Equitação correta, ferros ao estribo, dando sempre vantagens aos toiros,
sempre com um conceito de verdade e emoção que chegou com força às bancadas da
praça de toiros terceirense. O último curto da lide ao sexto toiro foi extraordinário
de execução deixando-se ver abrindo o quarteio no momento exato deixando um
grande ferro no centro da arena…um ferro à Salgueiro! No segundo da corrida,
primeiro do seu lote lidou com critério um toiro de investida mais brusca e menos
claro sempre com intencionalidade e querer. Esteve em muito bom plano João
Salgueiro da Costa.
João Moura Caetano esteve diligente, aproveitando as boas investidas do primeiro
toiro da corrida deixando ferros no seu conceito agradando aos quase ¾ de público
que preenchiam a casa. A sua segunda lide e perante um toiro com menos
capacidade física e que transmitia menos, Caetano teve um toureio menos efusivo,
mas competente e a manter o bom tom da corrida.
Nas pegas noite de competição entre os amadores da T.T.T. e os do Ramo grande,
Pela T.T.T. estiveram João Bettencourt diligente e com brio ao primeiro toiro e João
Vieira ao 5º toiro, ambos à primeira tentativa. Pelos homens da Praia da Vitória o
cabo Rui Dinis com pega valente à primeira ao 2º toiro e Gonçalo Batista com a
eficácia que lhe é reconhecida à primeira ao último da noite.
Triunfo para o toureio a pé, calando os arautos da desgraça que arrastavam a
ladainha do pouco impacto que teve o toureio apeado nas Sanjoaninas 2025! Ismael

Martin agradou pela sua disposição, bom conceito e sobretudo variedade,
prendendo o público desde o afarolado de joelho com que recebeu o codicioso toiro
de Rego Botelho que saiu em quarto da corrida. O último par de bandarilha colocado
pelo matador salamantino foi de muita exposição vencendo com verdade a cara do
toiro e deixando o par em su sitio. Com a muleta aproveitou o piton direito do toiro
com bastante capacidade, facto que não se repetiu pela esquerda. O toiro veio a mais
com ímpeto durante as bandarilhas permitindo uma faena agradável ao toureio, que
pecou por vezes por não submeter mais e com cadência a enraçada investida do
toiro pela direita.
O quarto da corrida de José Albino Fernandes era, bonito e nobre perseguindo os
enganos até ao fim de cada passe de muleta. O toureio de Ismael Martin foi mais
pausado, permitindo uma faena bem estruturada com dois extraordinários passes
de peito. O toiro tinha uma investida suave e permitiu ao matador acoplar-se logo de
início de faena. Para o fim da lide o animal revelou melhores embroques do que
finais de cada derechazo procurando o matador um toureio de cercanias.
Tarde de julho em data que se deve fixar no calendário taurino açoriano com muitos
pontos de interesse.